quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vinte oito dias na Venezuela.

03 de Novembro de 2010.

Vinte oito dias na Venezuela.


Amanhã chega ao fim de uma aventura pela Venezuela. Meu objetivo era alcançar a tríplice divisa de Brasil, Venezuela e Guiana Francesa, no alto do 'Tepui Roraima' (Tepui = Grande Rocha na linguagem dos índios Penon), que não foi conquistado por mais ou menos 1 km e por questões climáticas. Em cima do 'Tepui Roraima' não se brinca, respeita-se a natureza.
Por fim descobri que a Venezuela tinha muito mais a me mostrar. Conhecemos 'Isla Margarita' e suas ilhotas a sua volta. Fomos a 'Mérida', um pequeno estado na ponta dos Andes a 5.000 m de altitude. Tinha uma programação de ficar apenas dois dias e fiquei cinco. Me desculpe os Venezuelanos mas 'Mérida' esta fora do contesto de outros estados e é dali que se deve vir o exemplo de trabalho e crescimento do país. Por causa de 'Mérida' deixei de conhecer 'Los Roques', um atol maravilhoso de se fazer mergulhos. Conhecemos 'La Gran Sabana' e suas maravilhosas cachoeiras, tendo como papel principal, a majestosa do mundo, 'Salto Angel' com seus 972m de altura, sendo a maior do mundo. Das mais de vinte que vi pelo caminho, todas passavam com facilidade os 400m de altura. Quando vi em uma montanha enorme, cinco quedas d'água ao mesmo tempo, logo me lembrei do primeiro filme de "Jurassic Park", que teve partes gravadas aqui e eu jurava que aquilo era montagem. Que este lugar não existia.
Dentro
'La Gran Sabana' existem diversos parques e um deles me surpreendeu de tanta beleza natural, 'Parque Canaima'.
No 'Monte Roraima' foram seis dias duros, de muita caminhada. Imagens que não se vê em nenhuma parte do planeta. Por isso é tão visitada por pessoas de todo o Globo.
Por fim ontem me dei de presente, passar a noite em uma comunidade indígena de San Marco em uma oca, na rede, lógico que trouxe a minha, perto da 'Quebrada de Jaspe', onde passei o dia de hoje todinho babando com uma das cachoeiras mais lindas que já vi.
Conheci muita gente pelo caminho, como o Nílson, baiano casado com uma venezuelana e a Giane. A Ana Nunes em Mérida que alem de amiga e guia, me guiou por toda Mérida sem correr perigo e brigava comigo como se fosse minha irmã mais velha. O casal de Madagascar, Goulam e Razia com suas filhas Sona e Douraya, foram ótimas companhias em
'La Gran Sabana' . Nossos guias indígena também merece destaque, apesar de novos, mostravam-se sempre preocupado com nossa segurança, eles são Esteban Odreman (Salto Angel) e Frank (Monte Roraima). Mais os que mais me acompanharam, com energia e vibração de dar inveja em qualquer jovem, foram a dupla Australiana, Deby & Bryan, que logicamente, fora eu, eles estão na maioria das fotos.
As pessoas que passaram pelo PICASA
: http://picasaweb.google.com/fernando.salge e pelo Orkut (Fernando Salge), para verem as fotos, ainda vou atualizar fotos durante duas semanas, que vão chegar da Austrália e Madagascar. Os Álbuns estarão lá. É bom salientar que no PICASA estão completas e no Orkut mais selecionadas.
Aqui no BLOG
http://fernandosalge.blogspot.com estão detalhados dia a dia da viagem e também deixarei por algum tempo para ser observado.
Fiz questão de não entrar em detalhes políticos. Me abstive apenas à natureza, o novo, a viagem em si. Mesmo em lugares inóspito podemos achar as mais belas joias. Mas se algum 'LOUCO' resolver fazer uma viagem desta, por favor não deixe de me escrever. Na internet existe varias versões e temos de nos cercar de tudo. Levo a vantagem de ter vindo sozinho, sem vícios de operadoras de turismo, que aliás só encontrei organização aqui, em Mérida. Vi coisas ruim
(política), mesmo assim para quem gosta de aventura, aqui tem um prato bem cheio dele.
Estou me preparando para algo legal para o ano que vem. Desta vez em família, mas com todo charme e toque de aventura, que faz de nossa vida mais intensa e diferente.
Obrigado a todos aqueles que me acompanharam e ao pessoal do "F1 News" que ficou com o Alexandre nestes dias, volto já nesta semana.
Tiau.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

30 e 31 de Outubro de 2010

5º e 6º dia. De volta ao mundo real.

Lembram do 'Gordin' subindo a rampa? Agora imaginem o impacto que vai ter, joelhos e músculos da cocha na descida. "Né brinquedo naum" já dizia a D. Jurema.
A Muralha foi ficando para traz, o dia estava bem tranquilo e a primeira parte seria feita 3 por 3. Três horas até a 1ª base e três até a 2ª.
Quando eu digo 3, é tempo normal, pro 'Gordin' é 3,5h. Depois de cinco dias de caminhadas intensas, de sobe e desce, eu estava me sentindo o Kaká em final de temporada. Os músculos não queriam mais obedecer ao seu comandante, mas que nem um momento titubeou a fazer este desafio.
Dou os parabéns à dupla Australiana que estavam comigo, Deby & Bryan que deram um show com seus cinquenta anos de idade.
Muitas das fotos tem a autoria deles e é por isso que eles estão sempre aparecendo.
95% das pessoas que vi subindo e descendo tinham por volta de 20 a 30 anos. Nenhum pesava se quer mais de 85 kg. Com os meus 43 anos e 120 Kg (pelo menos era), me sinto altamente orgulhoso de ter realizado este sonho, esta aventura que poucos no planeta têm a chance de fazer
O objetivo foi cumprido.
Ainda fico mais uma semana na Venezuela e visitarei lugares interessantes, que estarei postando aqui. Mas desde já agradeço a companhia de vocês nesta jornada fantástica. Que mesmo estando só em pessoa, sei que vários me acompanham e gostam desdas viagens que faço, mandando e-mails e fazendo comentários.
Portanto até terça-feira, pois segunda vou colocar as pernas de molho.
T+.

29 de Outubro de 2010

4º dia, o "Mundo Perdido".


A umidade das matas em volta do Roraima e o frio fazem com que as nuvens fique abaixo do topo durante a manhã. Assim, saímos 06:00h para fazer um Tur ao "Mundo Perdido", antes que mude o tempo e tudo se fecha. Aqui é assim, ou tudo ou nada.
Como na Gran Sabana e Salto Angel, a
s palavras não são ideais para descrever o que se vê aqui em cima. As fotos dão uma pequena noção. O que posso dizer é que é ímpar. Por isso aqui em cima tem, Australianos, Canadenses, Japonês, Coreanos, Francês, Alemães, eu e até uma companhia de filmes que ficavam rodando com seus helicópteros, quebrando o silencio do local, para fazer um filme qualquer. É bom lembrar que Monte Roraima fez parte de sets como: Jurastk Park e Lost.
Não houve muitas nuvens este dia e deu para adar pastante. Foram 3 tur de 3 horas cada.

3º dia, o TOPO.

28 de Outubro de 2010

3º dia, o TOPO.


No 1º dia 14 km, 4h. No 2º dia 9 km, 4h. E o terceiro?
São apenas 2,5 km que separa a 2ª base do topo. Tempo normal 4h.
Vamos sair de 1.800 para 2.550 metros de altura, quase que na vertical.
Imaginem o 'Godin' aqui, que a esta hora não deve ter mais 120kg e com uma mochila nas costas pesando 16kg.
Na ultima hora de caminhada eu fazia assim: 20 passinhos e 30s de respiração, 20 passinhos e 30s de respiração. Enquanto o oxigênio esta afetando somente os músculos tudo bem. Qualquer um para subir aqui tem que sentir a hora de parar e respirar, pois a falta de oxigênio também vai afetando o raciocínio e o equilíbrio. Então, é como diz o nosso guia Frank " Devagar. Piano, piano."
O TOPO está ali e junto com ele uma tempestade tropical. Tudo é nuvens e não se vê nada. Temperatura por volta 10º C. O guia nos leva até uma fenda nas rochas e é ali que ficaremos as próximas duas noites.
A chuva se foi, todos estavam dormindo (14:00h) e eu fui fazer um reconhecimento de área.
Como todos sabem as fotos estão no PICASA
http://picasaweb.google.com/fernando.salge

2º dia, inclinação total.

27 de Outubro de 2010

2º dia, inclinação total.


Apesar que neste segundo dia andamos as mesma 4h, o trajeto é menor, de 9 km. O problema é que tem somente subida e é super puxado. A temperatura baixa bastante e o ar também começa a faltar, pois já estamos a 1.800 m de altura, ao pé do 'Monte Roraima'. A ordem geral é armar as barracas e descansar ao máximo, pois amanhã...

Agora sim, rumo ao "Mundo Perdido"

26 de Outubro de 2010

Agora sim, rumo ao "Mundo Perdido"


Saída de Santa Helena as 09:00, são 80 km até São Francisco e mais 24Km de terra até a entrada do parque.
Problemas no carro e demoramos muito a chegar.
O Parque é uma área Indígena. A entrada é uma comunidade chamada 'Paraitepui de Roraima' e saída de turistas, guias e carregadores que é organizada por eles.
Os turistas levam o que é seu, a mochila, roupas, barraca, colchão, etc. Os carregadores são os responsáveis de levar a 'tralha' da cozinha e mantimentos. Eles são da própria comunidade e contratados ali mesmo ao preço de Bs $150 dia. (Assim disse o guia e eu não acreditei). Na Venezuela o salário mínimo é de Bs $450 e pouquíssimas pessoas ganham mais que isto.
Começamos o primeiro dia rumo á primeira base, depois do Rio Tek às marem do rio Kukenan a 1.050 m de
altura
. São 14 km andando, de subidas e decidas, que levam 4h. Com a empolgação e ansiedade nem se percebe e logo estamos armando a barraca ao lado de um rio nervoso cheio de pedras fazendo barulho a noite toda. Mosquitos?? que nada...